STARTUP EM DESTAQUE | JUNHO 2023

Em Junho, damos destaque à PIXAIR, startup incubada no Torres Inov-e, através de uma conversa com o fundador, Pedro Brasil.

PIXAIR

Pedro Brasil, Fundador da PIXAIR, formado em Engenharia Aeroespacial, pela Universidade de Kingston, Reino Unido, 2001.

Como surgiu a ideia da PIXAIR?

A PIXAIR nasce depois de vários anos de experiência profissional na área da aeronáutica. Decidi fazer aquilo que gosto, independentemente de qual fosse o resultado, mas com a certeza que estava a surgir um novo mercado de serviços na utilização dos drones. O fascínio das imagens aéreas, por si só, era muito útil, mas começaram a surgir desenvolvimentos na área da sensorização com informações muito detalhadas. Decidi avançar e a PIXAIR nasce em setembro de 2019. Considero um resultado do esforço e trabalho e numa orientação muito focada nos objetivos a que me propus.

Quais as vantagens competitivas que a PIXAIR oferece?

Na PIXAIR dispomos de excelentes equipamentos e procuramos estar na vanguarda. Os serviços que vendemos prendem-se com a observação da terra, com a recolha do máximo de informações para diferentes tipos de mercados, como por exemplo floresta, monitorização da qualidade do ar, erosão costeira ou qualidade das águas. Mas acima de tudo com o desenvolvimento de soluções novas para os problemas da atualidade, relacionados com o impacto das alterações climáticas ( Erosão Costeira, projetos SIMEC e Simshore), Florestas (projeto SIMIV – Sistema Integrado de Monitorização dos índices vegetativos) e outros para o futuro apontados à neutralidade carbónica, mobilidade urbana, e aproveitamentos energéticos naturais para redução de consumo de energia gerada a partir de combustíveis fósseis.

Quais os principais desafios com que se deparou desde a ideia de negócio até à conquista de mercado?

A empresa surge no início de uma pandemia que, olhando agora para trás, acabou por ser estrategicamente determinante. Na dificuldade e ausência de trabalho, foi altura de aproveitar para estar à frente do computador e passar todas as ideias para o papel e estruturá-las. Daí resultaram dois projetos que foram aprovados e que deram uma maior estrutura ao negócio.

Como foi a sua experiência em criar uma Startup em Portugal?

De uma forma geral, positiva. As questões burocráticas ou administrativas na criação são ultrapassadas com a ferramenta da “Empresa na Hora”. A parte contabilística, essa sim mais preocupante, mas uma boa assessoria será um braço direito para o justo cumprimento das responsabilidades. Contudo, não posso deixar de referir que sinto que em Portugal, existe alguma falta de apoio no domínio fiscal e um excesso de carga fiscal.

Se tivesse que mudar alguma coisa no seu trajeto profissional, o que seria? O que teria feito de diferente?

Teria lançado muito mais cedo o meu próprio negócio. Fui demasiado cauteloso e não quis logo arriscar. Agora tenho a sensação que devia ter ido atrás da minha paixão mais cedo. Mas as coisas são como são, e se hoje o resultado é este… é porque foi no tempo certo e na maturidade certa.

Quais as vantagens e desvantagens de avançar com um projeto próprio?

Eu vejo muitas vantagens. Quem tiver uma ideia de negócio, avance. Costumo afirmar que “o pulsado da coisa está nas minhas mãos”. Outra coisa que valorizo bastante, é que sou o responsável pelos meus atos, é um trapézio sem rede por baixo, e isso tem muito que se lhe diga.

Quais a soft skills que considera essencial para se tornar um empreendedor de sucesso?

Acho que é importantíssimo termos um amadurecimento da ideia e a partir daí desenvolver uma estratégia. Este é um trabalho que muitas vezes não é quantificável e exige muita resiliência. Muitas vezes mesmo não estando a trabalhar. Dou por mim a fazer apontamentos de ideias de projetos para o futuro e a alinhar estratégias de desenvolvimento e isso é da maior importância, sabermos para onde queremos caminhar e que objetivos queremos atingir.

Que conselho/s daria a alguém que quer abrir o seu negócio?

Fazer uma avaliação muito séria do potencial da ideia. Quando há uma boa ideia, há que pensar, desenhar e a definir a estratégia. É claro que é importante ser versátil, ter brio no que fazem e nos compromissos que assumem.

Tendo em conta a experiência da PIXAIR ao nível de candidaturas a fundos comunitários, gostaríamos que partilhasse a sua experiência. Qual a melhor estratégia?

A melhor estratégia é não pensar que estes fundos e apoios são apenas para os “outros”. Temos de pôr “mãos à obra” e acreditar que é possível, o não é a única coisa que está garantida à partida, por isso o que vier será ganho, e quanto mais não seja ganha-se aprendizagem e a exposição a erros para serem corrigidos noutras tentativas. As candidaturas podem não ser aprovadas, mas toda a experiência e o trabalho que fazemos até ali não é perdido. A questão é se estamos para isso ou não? E aí, como se costuma dizer… “mais vale quem quer do quem pode”, e é preciso muito querer! Devemos encarar tudo como um aprendizado e não olhar às dores de crescimento. Ouvir um “sim” a uma candidatura aprovada, é então naturalmente muito gratificante.

Quais as vantagens de estar associado a um programa de empreendedorismo como o Torres Inov-e?

São imensas, começando com o espaço onde a PIXAIR está neste momento, onde os custos são reduzidos, o que ajuda no arranque de uma nova empresa, e um espaço com dignidade empresarial onde posso receber pessoas. E depois há uma outra vantagem, que é o acesso à informação, questão fundamental hoje em dia. São muito importantes várias comunicações que recebo do Torres Inov-e, seja de aberturas de calls, avisos de concursos, seminários, webinars, ações de formação que vão acontecendo, entre outros.

Contactos:PIXAIR | Facebook
Rua Serpa Pinto, 7A, Sala 1 - Torres Vedras
Email: pixair@outlook.com
Tlm.: 919 995 561